Fim de tarde

Fim de tarde
Essa foto tirei la en Saquarema a algum tempo já!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Fidelidade de Amigo

Quem é ele tão fiel?
Quem é ele fiel como um cão?
Feliz sem temer, como um cachorro.
Quem é esse que corre
Ao me ver, mesmo tarde, chegar?
Quem é ele que no momento
Da minha partida fica triste?
E sem desviar o olhar
Fita meu caminhar na direção final,
Iniciando mais um longo dia
Quem é esse que se põe a latir quando
Seu pelos deixo, por descuido, de afagar?
Quem é esse que aos olhos
Dos que nada vêem, não consegue raciocinar?
O mesmo que nas manhãs de domingo
Ignorando meus apelos se põe
A pular derrubando o café.
O mesmo que chora comigo as derrotas.
Comemora como um amigo as vitórias.
Não deixa um pássaro em paz.
Mas faz as coisas com uma dedicação
Que ninguém no mundo faz.
Esse não é um cachorro
Esse é um dos meus melhores amigos.
Que me ajuda, me atura, me empurra para cima.
Que quase sem querer me traz
A mais pura e desejada paz.


segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Quando?

Quando vejo já está.
Quando leio já escrevi.
Quando quero já não tenho.
Quando penso já não da mais.
Quando da não pensei.
O que quero eu, eu não penso
Só tendo fazer certo.
Quando acerto não faço.
Quando quero não quero fazer.
Quando posso não posso fazer.
Quando vejo já não vi.
Só tento fazer o certo
Mais nunca consigo
Mesmo quando eu quero
É impossível, simplesmente não dá.
Quando vejo já está.

domingo, 28 de outubro de 2007

Abraços

Ganhei um abraço apertado e quente
De um ser até então para mim inexistente.
Quando se foi pensei, e fui impertinente
Abracei no meio de toda aquela gente.
Abracei e vi que em pouco tempo
Todos ali presente fizeram o mesmo
Um com o outro, abraços fraternos,
De irmãos de verdade, irmãos para sempre.
Todos sorrindo, carros parados
Prédios calados, todos abraçados.
Todos juntos em um mesmo sentimento
Numa mesma canção silenciosa
E honrosa que fazia daquela tarde
A mais gloriosa de todas.
Procurei o autor do primeiro abraço
E me perdi em um mar de laços.
Laços firmes como correntes
Quase indestrutíveis, que só se desligavam
Na presença de alguém só.
Olhar longe para achar
E nada conseguia alcançar.
Ele se foi e deixou
Para traz um mundo novo
Um mundo mudado.
Um mudo de amigos
Sem patrão ou empregados
Um mundo de irmãos
Unidos em um mesmo desejo
Fazer desse mundo deixado por um desconhecido
O melhor de todos. O mais belo.
Sonho

Hoje sonhei com você.
Mas no sonho você não era minha
Imaginei estar diante de um pesadelo,
Você estava lá, linda, mas não podia te tocar.
Não podia nem perto chegar.
Hoje sonhei com você
E fiquei com mais vontade de lhe ter.
Sonhei a noite toda, sonhei que te via.
Mas no sonho nada poderia fazer.
Acordei e logo imaginei
Seu rosto em minha mente,
Rosto de um anjo em um sonho.
Sentei, pensei, tentei entender o que se passara.
A única coisa q fez lógica em minha cabeça
Era que, não importava o quanto eu a queira,
Você não passara de um sonho para mim.
Um sonho lindo, um sonho perfeito.
Mas apenas um sonho irreal.
Você jamais seria minha de verdade.
Logo acordei novamente,
Acordei, vivi e vivo para esquecer
Que nem em um sonho posso estar com você.

sábado, 27 de outubro de 2007


Não ria

Porque ri de min?
Porque não sou o q te agrada?
Porque ri de min porque não te basto?
Porque ri de min porque não te completo?
Porque ri de min só porque nunca serei seu afeto?
Porque ri de min?
Dos meus sonhos bobos.
Porque falas assim comigo como se não estivesse
Como se não existisse.
Porque ri de min?
Será que não sou nada para ti?
Será que nada por min irás sentir?
Minto porque por min você sente
Desprezo, não desprezo aparente.
Mas um despreza que só se sente
Com um olhar gelado e penetrante,
Que inunda minha alma com uma
Solidão feliz que conforta,
Conforta quem não se importa.
Porque ri de min?
Porque estou aqui em seu refugio?
Perdido em se leito procurando
Atributos para o que eu sinto.
E explicando tudo que vejo
Tudo que almejo, para que você possa
Me dizer o que achas das coisas que eu percebo.
A! Não ria de min, ó senhorita.
Porque não sabes do que sei.
Não sabes do que me conforta.
Ri de min hoje, pois sou eu
Quem está aqui a bater em sua porta.
Mas um dia quando o verão passar
E o inverno chegar, trazendo
O mesmo frio e solidão que encontrei
Há tempos em seu olhar,
Você quem vai me procurar.
Mas não tema, pois não irei te negar.
Porque não sou como você, apenas
Irei te lembrar, abrir seus olhos.
Para que possa ver o que fizeste
Para que possa ver o que acontecera
Ri de min hoje, mas um dia, espere e veras.

Cidade


Asfalto no chão, roda correndo.
Na cidade limpa e suja
Simpática com quem lhe agrada
Mesquinha com quem dela desfaz
Madrinha e às vezes madrasta
Dois lados da mesma moeda
Que está sempre a girar
Cabe a nós acompanhar
O fluxo intenso desse viver.
Fluxo de saber, para
Quem sabe aprender
O que ela tem a ensinar
Ensinar que nem tudo é como se pode pensar
Nem tudo que se tem está
Nem tudo que se sonha cabe procurar
Mesmo que muito se queira muito
Tem vezes que é melhor
Simplesmente deixar para lá
Às vezes ensina, às vezes maltrata.
Cabe a você decidir
Qual delas deve lhe reger
A madrinha ou a madrasta.
Tornado de sentimentos

A noite cai e você não sai
Não sai de minha cabeça
Nunca lhe vi e nem ao menos falei
Mas estás dentro de mim
Dentro de meu tornado de sentimentos
Envolvida em um véu sem lenço
Nunca lhe vi e nem ao menos falei
Mas não há nada que me impeça
É sempre em você que eu penso
Penso em um dia falar
Quando achar, sem deixar de fazer.
Irei te procurar em qualquer lugar
Procurar para não ter mais
Que pensar, apenas pensar.
Quero agir ao seu lado
Sentir o gosto doce e amargo
De quem arrisca nessa vida
O gosto de ganhar ou perder
Sem importar o que terás
De fazer ou compreender
Só quero estar com você
Mais tempo com você

Quero mais tempo
Mais tempo para sonhar
Para pensar, para estar.
Para sonhar em um dia
Estar com tempo para pensar
Pensar em você
Pensar em mim, pensar em nós.
Pensar no que ainda há a fazer
Para que eu passe todo o meu tempo
Sonhando, não em lhe ter.
Mas sonhando em estar com você
Estar com você em qualquer lugar
Com qualquer tempo
Ensolarado, chuva ou luar.
Quero simplesmente com você estar
Para o sol nos esquentar
Para a chuva nos molhar
E na presença da lua, nus beijar.
Quero com você estar
Em qualquer lugar
Eternamente apaixonados
Como a lua e o mar.
Esperança

O que fica quando se sai?
Quem fica quando todos se vão?
Mesa vazia, cadeiras solitárias.
Solitárias e esperançosas
Esperança de um novo dia
Seguido de mais uma noite
O que fica é a esperança
Esperança de festa de eterna alegria
Se a esperança fica
Porque motivo se sai?
Já que sempre nos falta
Esperança de um novo dia
Dia de melhores viver
Seguido de noites de alegria
Alegria de ter amigos
Para conversar e beber
Então fiquemos. Sim fiquemos!
Pois a esperança está aqui
Não vamos nunca deixá-la só
Não vamos a esperança abandonar
Então fiquemos para que
Um novo dia de alegrias possa raiar.

Você

Seu cheiro seu gosto
Seu rosto seu beijo
Fazem-me lembrar
De momentos que não esqueço
Não esqueço, pois os passei contigo.
Quero fazer de você meu abrigo
Onde seu cheiro me inebrie
Seu gosto me sacie
Seu rosto me conforte
E seu beijo me apaixone
Apenas ele leve ou forte
Inocente ou malicioso
Ruim ou muito, muito gostoso.
Seu sorriso sempre há iluminar meu dia
Como se fosse o ultimo deles
Contigo meu amor eu sigo
Sigo sem temer o futuro
Contigo meu amor estou seguro
Seguro em seus braços
Iluminado pelo seu sorriso
Inebriado pelo seu jeito
Só contigo meu amor seguirei
Nessa vida de espinhos amargos.

Defeitos

Quero um defeito
Quero porque sei que é direito
De tudo o que existe
É direito ter ao menos um defeito
Quero um defeito porque sei
Que nesse mundo é direito
O que anda o que respira o que existe.
Sei que nada nesse lugar é perfeito
Quero um defeito por que
Sei que assim como tudo aqui
Estou longe de ser perfeito
Perfeito aqui não é direito
Ser direito é ter defeito
Aqui ninguém procura ser perfeito
Porque se tudo fosse assim
Seria chato inviável viver nesse lugar
Por isso aqui ninguém quer perfeito
Todos procuram ter
Ao menos um defeito
Quero um defeito
Para que possa aqui viver perfeito
Assim com todos os meus defeitos

Chuva

Chuva, que quando cai junta.
Junta, os namorados os amigos.
Junta a semente na terra
Chuva, que separa, divide
Distâncias quando desce rala
Quando desce forte não junta
Desce forte e separa famílias
Divide afetos para sempre
Quando serena e branda
Como um carinho de mãe
A chuva só junta
Não apenas quem se conhece
Chuva junta desconhecidos
No meio da rua, em meio ao frio.
De baixo de um guarda-chuva.

Pulso firme


Passo firme pulso firme
Sem olhar para traz
Passo firme pulso firme
Sempre em frente
Passo firme pulso firme
Sem pensar sem pestanejar
Passo firme pulso firme
Cabeça no lugar em frente sem cessar
Sem nunca olhar para baixo
Passo firme deixando o passado
Construindo com vigor o futuro
Se alegrando com o presente
Passo firme pulso firme
Sempre em frente na direção do sol
Passo firme empurrando a terra
Pulso firme pulsando saudades
De um tempo que não volta
Um tempo sem tristezas
Pulsando e almejando
Que o futuro seja idêntico
Na direção do sol sempre em frente
Passo e pulso juntos
No mesmo ritmo no mesmo desejo
Passo firme pulso firme
Sem jamais olhar para traz
Mais tempo com você

Quero mais tempo
Mais tempo para sonhar
Para pensar, para estar.
Para sonhar em um dia
Estar com tempo para pensar
Pensar em você
Pensar em mim, pensar em nós.
Pensar no que ainda há a fazer
Para que eu passe todo o meu tempo
Sonhando, não em lhe ter.
Mas sonhando em estar com você
Estar com você em qualquer lugar
Com qualquer tempo
Ensolarado, chuva ou luar.
Quero simplesmente com você estar
Para o sol nos esquentar
Para a chuva nos molhar
E na presença da lua, nus beijar.
Quero com você estar
Em qualquer lugar
Eternamente apaixonados
Como a lua e o mar.
Mais um dia


Mas um dia cansado
Deitará para traz
Sentado vendo os carros passar
Um atrás do outro sem cessar
No meu grande carro
Via mais um dia cansado acabar
Meu olhar vagando pela noite
Tão longe encontra um outro olhar
Ela também em seu carro grande
Tão cansada como meu dia
Recostada no banco e de cabeça no vidro
Consegui por alguns instantes sentir
Em seu olhar aquela longa noite fria
Seu olhar profundo como o mar negro
Fez-me perder em seu jeito
Sua companhia serena contrastava
Com a minha que de longe dava pena
Num instante como em um ímpeto mútuo
Uma palavra veio em nossas bocas
Mas ao mesmo tempo em que
A primeira gota da noite caía
Nosso encontro chegava ao fim
O imponente e raquítico ser de metal
Trocou suas cores, obrigando todos a seguir.
Ela se foi primeiro, para sempre.
Passageiro


Se o vento leva o que eu digo
Como faço para apagar o que escrevo?
Não quero mais fazer uso de minha
Já calejada borracha querida
Pois descobri a pouco sua incompetência
Descobri a pouco, que ela não faz nada.
Só faz esconder o que na folha se encontra
A marca do que eu escrevo
Está e sempre estará no papel
Quero uma borracha feita de brisa
Para que eu nunca mais precise explicar
Tudo o que eu sinto tudo que escrevo.
Tudo o que eu sonho, tudo que eu desejo.
Tudo que se desfaz, num jogo de leva e traz.
Com essa borracha desfazer
Tudo de ruim que possa existir
Mas assim terei que voltar a escrever
E me acostuma a eternizar
Na folha o que antes só usava ao sonhar.
Feliz é o gato

Feliz é o pássaro
Voa sem compromisso sem limitação
Voa feliz mesmo mergulhado em solidão
Vive e voa sempre livre
Das árvores busca energia
Nas árvores busca abrigo
Para ele, e mais tarde suas crias.
Que até no momento da partida
Dão-lhe eternas alegrias
Pois no limiar de sua juventude
Proporcionam-lhe a maior de todas
Fazem do pássaro professor,
Com a missão de ensiná-los
A mais bela de todas as artes, voar.
E vendo-os indo, vem depressa
A satisfação de um dever cumprido
Mas nem tudo é certo
Na vida de um pássaro correto
Tem em um gato seu inimigo incerto
Que com um nocivo movimento
Dá cabo da vida de um aviador nato
Mas que poder é esse o do gato?
Feliz é o gato

Mundo de pedras

Vivo em um mundo de pedras
Pedras inertes que não me atrapalham
Pedras sobre postas no que me limita
Vivo em um mundo de pedras
Mas sem jamais tropeçar por elas passo
Penso que uma pedra nada mais é
Que uma simples e fria pedra
Vivo em um mundo de pedras bonitas
Cuja beleza não me seduz
E muito menos ofusca meus pensamentos
Pedras que não foram postas por ninguém
Mas que são tiradas com vontade de crescer
Crescer e aprender que elas
Sempre estarão em meu caminho
A única coisa que preciso fazer é vencê-las
Não para ganha-las, não se trata de um jogo.
Tenho de vencê-las para me superar
Para mostrar que não temerei as próximas
Não temerei jamais as pedras do meu mundo
Vivo hoje em um mundo de pedras
Em um mundo de pedras sempre superadas.

Ao menos hoje


Só hoje não quero mais rimar
Só hoje não quero me prender
Às limitações de uma folha morta
Para poder me expressar
Só hoje quero
Escrever além da folha
Quero expor em minha alma
Para que todos vejam
Um grande e sonoro basta
Só hoje não quero mais rimar
Não quero mais
Ao menos por hoje
Quero mil linhas
Quero espaços infinitos
Quero canetas que
Liguem a lua ao mar
Quero pessoas que
Não precisem ler
Para poder sonhar
Só hoje não quero mais rimar
Só hoje não quero mais desejar
Só hoje um basta
Para meu pensar
Só hoje não quero mais rimar.
Sonhador


O que sou?
Sei o que não sou
Não sou um poeta
Pois poetas não matam
Sou um assassino de sonhos
Mato minhas idéias
No instante em que
As aprisiono em uma folha
De papel, limitando-as.
Eu as mato sem piedade
Mas então como expressá-las?
Irei mostrá-las de mais formas
Não apenas escrevendo
Mais agindo como um sonhador
Que faz de suas lembranças
Os pilares de seu futuro
Serei um sonha dor
Nem poeta, nem um assassino.
Sou um sonhador.
Seu luar


Quando vejo o sol
Se pondo
Imagino onde
Você estará!
Logo penso q como
O sol, no outro.
Dia você ira voltar
Mas sei que sem você.
À noite vou ficar
E por, mas q esteja.
Acostumado a esperar o sol
Não irei suportar, mais uma.
Noite sem seu luar!

Descuidado


Sonho logo penso
Penso logo escrevo
Mas sinto falta de algo
Vejo logo sinto
Que apenas escrevendo serei feliz
Mas sinto falta de algo
Ao tentar entender
Percebo que o único jeito é escrever
Mas sinto falta de algo
Sonho logo tudo vem em minha cabeça
Só me resta escrever
Mas sinto falta de algo
Onde diabos, deixei minha caneta?


Coisa boa


Amizade é uma coisa
Que se dá com o tempo
E com o tempo se dá
Mas o próprio tempo
Encarrega-se de a amizade levar
Amizade é coisa
Que pode nunca ter existido
Mas se precisares
Aguarde, pois lá ela estará.
Amizade é coisa
Que surge com convívio
E muita afinidade
Mas com fineza pode se
Desfazer em um rio de vaidade
A amizade vive
Não é coisa, não coisa que se encontra.
Mas coisa que se conquista

Contar

Porque contar não pode ser
Tão simples quanto escrever?
Porque contar tem de ser
Obrigação e não prazer?
Porque escrever é sentir
E contar é saber?
Porque saber sentir
Não é saber contar?
Preciso aprender a contar
Como a muito aprendi a sonhar
Para nivelar meu saber
Sem nunca deixar de escrever
Para poder sonhar
Que um dia eu possa contar
Como sei escrever, pois.
Se eu pudesse de tudo saber
Contar não seria mais
Apenas um dever
Seria como sonhar, como escrever.
Contar seria como viver.
Desejos


Quero um vento sabor
Framboesa para esquecer a dor
E esconder minhas tristezas
Quero vastos campos de camélias
Cercadas por cercas de bambu
Um sonho azul violeta
Onde eu possa mergulhar
Onde eu possa me esconder
Onde eu me esqueça
Onde nada mais há
Onde tudo acontecerá
Aonde ninguém vá me encontrar
Quero estar onde não há ninguém.
Quero estar na companhia de todos
Um canto para pensar
Refletir e assim tentar sempre
Ir além do que já tenha ido
Ver além do que já tenha visto
Além do destino dos ventos
Quero um começo sem fim.
Distante


Te vejo, mas não te falo.
Por você passo, mas nada faço.
Vejo o medo, mas não ti falo.
Por ti passo, mas não ti vejo.
Só vejo o que eu não faço
Pensando sempre, sempre.
Em um dia quem sabe
Essa promessa cumprir
Promessa de um dia
Te ver sorrir e dizer o que sinto.
Te vejo quando passas
Mas não sinto passares
E quando falas
Não lhe vejo
Pois de ti não quero
Nada mais que um beijo.
Lua


Lua linda, linda lua.
Como brilha linda e nua
Nua brilha sem ser percebida
Minha linda lua nua

Aos meus olhos
Bom agrado causa
Sem ser percebida por outros
Despercebida passa

Sem que ninguém diga
Uma palavra se poe a brilhar
Tão sincera e despercebida
Inunda o meu olhar

Lua linda, linda lua.
Como brilha linda e nua
Nua brilha sem ser percebida
Minha linda lua nua


Diferenças



Os homens
Povoam as cidades
Os animais
As florestas
Os homens
Dividem-se em classes
Os animais
Em espécies
Mas que espécie
De animal o homem é
Para dividir-se em classes?
Os animais vivem
Em felicidade
Os homens
Em busca dela
Os animais
São irracionais
Os homens.

Certas Incertezas


Talvez o lago
Não seja límpido.
Talvez a flor
Não tenha perfume.
Talvez o tronco
Não seja rígido.
Talvez o amor
Não seja troca.
Talvez o resto
Não esteja abandonado.
Talvez a solidão
Não seja fria.
Talvez a incerteza
Nunca tenha sido tão certa.

Lógica de um sentimento ilógico


Se há dor
Não há amor
Mas não existe
Amor sem dor
Logo amor sem
Dor não é amor
Se há amor
Não há dor
Amor sem dor
É amor sem fervor
Para existir amor
Não é preciso fervor
Logo existe
Amor sem dor.

Fim de tarde


Na solidão de um fim de tarde
Seu cheiro vem ao meu encontro
Então em muitos rostos te procuro

Mas nunca neles encontro o seu encanto
Encanto que me faz sonhar
Sonhar muito, de ao seu lado, ficar.

Enquanto na esperança que vejo
Na lembrança do seu cheiro
Passo mais um dia longe de ti

E eu permaneço sonhando
Que um dia estarei ao seu lado
Na alegria de um fim de tarde.
Compreensivo


Quero ser compreensivo, mas não consigo.
Quero ser compreensivo, pois assim posso tê-la.
Mas como serei compreensivo com ela se eu não a tenho.

Quero ser compreensivo, mas não consigo.
Não consigo compreender como coisa tão simples.
Pode ser tachada e lidada como se fosse complicada

Será que querer estar com ela não é ser compreensivo?
Quero compreender a distância que não se vê.
Mas que nos afasta a cada dia, sem que, eu possa compreender.

Quero ser compreensivo para com ela estar
Para com ela tentar descomplicar coisa tão simples.
E viver o amor que nos une mesmo estando distantes.

Quero compreender como consegui passar
Toda minha vida sem ela, sem seu sorriso, seu cheiro.
Sem seu jeito de compreender a vida.

Quero compreender, mas não consigo a dificuldade de
Sem você ao meu lado encontrar a minha felicidade.
Quero ser compreensivo, mas n consigo.


Adeus


Não por sua causa
Não por minha causa
Mas sim pelo fato de nossas vidas
Terem tomado rumos distintos.
Pelo fato de nunca
Estarmos realmente juntos.
Da indiferença,
Ocasionada pela distância
Que passou a existir em
Nossas palavras e em nossos gestos
Pelo fato de nunca preocuparmos
Com o que realmente nos era importante.
Em algum momento algo se perdeu.
Algo que tem em sua beleza rara,
A essência do que é amar,
Não no que diz respeito à servidão mútua,
Mas no que se conquista
Nos primórdios de um amor juvenil
A confiança, a vontade de estar junto.
De se satisfazer apenas
Com a presença do seu par
Pena que o que começa
Tem em seu fardo destino que acabar
E assim nas lembranças me perco
Para tentar, quem sabe te encontrar.
Encontrar aquele tempo onde
Tudo era questão de tempo
E quem diria que acabaríamos
Atropelados pelo mesmo tempo!
Mas espero que um dia,
Talvez com o tempo hoje
Presente que rege nossas vidas
Amanhã passado guardião das lembranças
Possamos esquecer as diferenças
E retomar do começo
Tentando assim reencontrar aquela
Tão rara beleza que antes compartilhávamos
Talvez então até logo.


Meu lugar


Quero ir para um lugar
Onde a noite não seja medo
E o dia não seja apenas um refúgio
Um lugar onde a lua me abençoe
E o sol me guie sempre
Um lugar onde rosas,
Margaridas e violetas,
Vivam em harmonia.
Um lugar onde as águas
Corram sem medo de chegar
Ao mar, desfiguradas.
Um lugar onde a amizade e o amor
Não são apenas sentimentos,
Mas realidades cotidianas.
Um lugar onde os dias não acabem
E as noites sejam eternas.
Onde o girassol nunca deixe de girar
Mesmo estando em companhia de um lindo luar.
Um lugar tão longe quanto
O alcance do meu olhar no horizonte.
Um lugar onde se aprenda
Verdadeiramente o que é amar.
Eu quero construir um lugar!

Jandira Borai


Como que em um sonho lá estava você.
Linda com seu sorriso radiante.
A muito sentada a poucos metros de mim.
Mas a pouco por mim reparada.

Porém assim que nossos olhares se cruzaram.
Entendi que ali estava minha flor, minha dor, meu amor.
Ali estava o que eu sempre procurei.
Sem nunca saber o que achar.

Ao zelar por ti me sinto um jardineiro.
Que tem a responsabilidade de cuidar.
Da mais bela e rara flor existente em seu jardim.

Ao te beijar, sinto-me um pássaro
Que com seu bater de asas,
Voa em direção a mais bela flor.
E após um longo cortejo.
Sente de perto o seu doce e inebriante perfume.

Voltando assim à língua de meus antigos ancestrais.
Quero dizer-lhe que você é, e sempre será,
Minha flor Jandira Borai.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Percepções


Hoje olhei para um cego
E vi o que ninguém consegue ver
Vi o que só ele pode ver
Vi alem de seus olhos
E percebi que ele enxergava
Enxergava muito alem do que eu via
Alem de limitações já vividas
Ele enxergava um mundo
De sentidos e sonoridades
Um mundo de emoções cotidianas
Ele via o que ninguém mais ali via
Via o canto de um lindo pássaro
Uma água ao longe correndo
Um ônibus bem perto passando
Tudo ali via tudo ali sentia.
Via e só sabia o que ali nunca haveria
Alguém que assim como ele a vida via.